Curitiba, 11 de outubro de 2012 – Engana-se quem pensa que bullying está relacionado somente ao ambiente escolar. “O bullying pode estar presente em casa, no ônibus e até mesmo na rua”, explicou o professor José Leopoldo Vieira, em palestra ministrada na manhã dessa quinta-feira (11), no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR).
A palestra “Bullying – essa brincadeira não tem graça”, promovida pela Comissão de Responsabilidade Socioambiental em alusão ao Dia das Crianças, abordou a temática a fim de auxiliar os pais no desempenho do papel de educador. Segundo José Vieira, “quem pratica bullying geralmente sofre com a falta de afirmação, e busca reconhecimento por meio da imposição sobre os mais fracos”, esclareceu.
O bullying pode ocorrer de diversas formas: verbal, física, psicológica, moral, sexual ou ainda virtual, sendo essa última a mais perigosa. “Quando o bullying ocorre de forma direta é menos danoso porque existe a possibilidade de retirar a vítima daquele determinado ambiente, além da possibilidade de haver testemunhas que interfiram. Já na internet, a defesa é muito mais difícil porque o conteúdo se espalha rapidamente, e deixa a sensação de se estar desprotegido em qualquer ambiente, uma espécie de invasão de privacidade”, explicou o professor.
Ele ainda expõe dados alarmantes: Curitiba é a terceira capital do país onde os estudantes sofrem mais bullying, ficando atrás apenas de Brasília e de Belo Horizonte. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense), realizada em 2010, “35,2% dos estudantes curitibanos alegaram ter sido vítimas desse tipo de agressão”, aponta o professor. Agressões estas que podem trazem inúmeras consequências às vítimas como depressões, baixa autoestima, evasão escolar, autoflagelação, isolamento e até suicídios. No entanto, o professor argumenta que “não adianta apenas punir. É preciso ajudar o agressor a encontrar formas mais saudáveis de se relacionar com o outro”, explicou.
Professor José Leopoldo Vieira
Auditório da Justiça do Trabalho em Curitiba
Ascom TRT-PR
Texto: Letícia Gabriele
Fotos: Bruno Calzavara
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