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Do professor, quem cuida?

A essência da missão do profissional da educação é promover o desenvolvimento e o bem-estar dos inseridos no processo de aprendizagem. Há uma necessidade, cada vez maior, do professor construir com o aluno – seja ele criança ou adolescente – um espaço relacional vivenciado, onde os elementos afetivos e emocionais se tornem indispensáveis à aquisição adequada dos conhecimentos e da construção da personalidade, potencializando-se, assim, o exercício da cidadania.
Há que se ressaltar, ainda, outro aspecto do binômio professor x aluno, no contexto da questão ensino x aprendizagem, geradora da educação: o próprio professor.
Na correria do seu estafante labor, muitas vezes é ele uma face oculta no que se refere ao seu bem-estar. Em verdade, pode ele dedicar algum tempo para constatar as próprias carências e necessidades afetivas? Tem tido ele o direito de pedir para ser cuidado? Ele que cuida, tolera, protege, dá, escuta, contém, tem sido tolerado, cuidado, protegido? Tem conseguido um espaço de contenção onde possa ser conteúdo? Tem alcançado uma relação em que possa se nutrir, ser reconhecido, valorizado?
É preciso estar claro que o professor e o aluno estão sempre estabelecendo algum tipo de relação. E relação é algo bem mais ambicioso do que parece. Refere-se diretamente ao outro, àquilo que comunicamos e que nos é comunicado. Diz respeito, sobretudo, ao que não é dito através de palavras (linguagem verbal), mas dos dizeres corporais.
Na prática, constata-se que as relações acontecem sempre em via de mão dupla: nosso corpo se comunica ao corpo do outro ao mesmo tempo em que recebe suas mensagens. Daí porque não se pode eximir, o educador, de dores físicas e emocionais nas relações que estabelece com os alunos, sendo inevitável e salutar aceitar essa verdade e investir na busca do bem-estar.
Segundo Isabel Bellaguarda, a Psicomotricidade Relacional no contexto escolar foca a relação e visa a desenvolver e aprimorar os conceitos compreendidos quanto ao enfoque da Globalidade Humana. Busca, como suporte, superar o dualismo cartesiano corpo/mente, enfatizando a importância da comunicação não-verbal, quer pela compreensão dos programas estabelecidos para o desenvolvimento cognitivo com conteúdos científicos, quer (e sobremaneira) pelas relações psicofísicas e socioemocionais. Preza por uma abordagem preventiva, com uma perspectiva qualitativa e, portanto, com ênfase nas possibilidades, não nas dificuldades.
A Psicomotricidade Relacional oferece, ao profissional de educação, condições para melhor se adaptar às novas bases de competências do futuro e, assim, atingir a excelência na atuação pessoal e profissional. É, sem dúvida, um diferencial na formação do professor, tornando-se indispensável àqueles que atuam nas áreas da educação e da saúde.
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