Esta afirmativa representa um denominador comum para várias teorias do conhecimento e da aprendizagem.
A Epistemologia Genética afirma que o conhecimento é principalmente “uma ação sobre o objeto… todos is mecanismos cognitivos se baseiam na atividade motora”.
Segundo Piaget “conhecer não consiste em copiar a realidade, mas atuar sobre ela para transformá-la”.
No campo da Cibernética também se afirma que se deve elaborar estratégias de atividades durante a solução de todo o problema.
Em Psicomotricidade é enfocado o desenvolvimento da habilidade motora sem si mesma sobre a base de uma comunicação corporal, através de situações de “comunicação-aprendizagem” que permitem a conexão da criança com o ambiente que a rodeia.
No que se refere à Psicomotricidade Relacional, tema que exploramos hoje, podemos que a aprendizagem e o desenvolvimento se produzem pelas formas de relação afetiva com o outro, de acordo com as possibilidades e limites de cada um, em comum acordo.
Esta construção acontece na medida em que é dado à criança um tempo e um espaço, onde através do jogo espontâneo, e consequentemente, da sua criatividade e expressividade próprias, vai integrando as suas habilidades, encontrando soluções para suas dificuldades e necessidades de forma harmônica, levando em consideração as demandas que provêm da realidade familiar e sócio-educativa, ou seja, do meio em que está inserida. Para poder integrar, necessita fundamentalmente de desejo e ação. Para que haja esta concepção de integração, faz-se necessário transformar a escola para outros modos de relação, possibilitando uma melhor capacidade de comunicação, aprendizagem e socialização.
Segundo André Lapierre, “a relação com a criança não é, uma relação em sentido único, no qual o adulto atua sempre consciente e reacionalmente sobre a criança. Os comportamentos da criança, e especialmente seus comportamentos mais autênticos, os menos ‘culturais’, despertam um eco no adulto, envolvem-no pessoalmente, provocando respostas que nem sempre são conscientes, e nas quais ele expressa seus próprios problemas. Não levas em conta aspecto da relação é uma atitude cômoda, confortável para o adulto, mas que elude uma parte essencial do problema na relação adulto-criança”
Desta forma a Psicomotricidade Relacional procura dar fundamentos a uma relação entre adultos e crianças de forma mais verdadeira, buscando uma comunicação participada, fortalecendo a ideia de unidade e globalidade da pessoa humana, acreditando que desta forma possa facilitar um melhor desenvolvimento de ações intelectuais, sócio-emocionais e comunicativas para a construção de uma sociedade mais íntegra. É uma práxis que procura dar um espaço de liberdade onde a criança aparece inteira, com seu corpo, suas fantasias, seu ser em formação. Um espaço onde possa expressar e jogar com seus conflitos, seus medos, sua ambivalência, seus sentimentos, tudo dentro da estrutura narrativa da atividade lúdica e nas relações que se estabelecem com outras crianças e com o adulto. Espaço esse de legitimação de seus pedidos, de suas necessidades, dos limites, do conhecimento de si e dos outros. Espaço de desenvolvimento pessoal e interpessoal, de estruturação da criança como SER, de investimento não em dificuldades e sintomas, mas de suas possibilidades de ser e crescer melhor.
Acreditando nesta proposta integradora e procurando lançar um olhar além dos sintomas, é que convocamos a todos os profissionais imbuídos principalmente nesse processo de relação de ajuda, de educação, que parem um pouco e reflitam sobre que ótica está baseando sua relação com a criança. Vamos tentar substituir o desprazes de aprender, o mal estar pelo bem estar, o medo pelo interesse, desculpabilizando sentimentos para assim reativar e desenvolver competências e habilidades de comunicação, aprendizagem e socialização.[pb_builder]