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Psicomotricidade Relacional para um melhor rendimento em sala de aula

A Psicomotricidade Relacional, criada na década de 60, pelos professores André e Anne Lapierre, nos coloca de forma decisiva a importância no lugar do corpo na educação e de suas influências na comunicação humana.

O corpo e a aprendizagem caminham juntos! É por meio do corpo que o indivíduo entra em contato com o conhecimento. Do nascimento à idade adulta o corpo registra experiências e sentimentos, automatiza e domina movimentos, amplia sua capacidade de ação e produz padrões culturais de comportamentos.

Dessa forma, a Psicomotricidade Relacional na escola é uma ação de cidadania e de transformação social. É um tema que instiga e refletir sobre a necessidade de se mudar o discurso verbal e agir na busca de uma comunidade educacional aberta à demanda de relações, baseada em valores humanos. Nesse contexto, os comportamentos afetivo-emocionais tornam-se indispensáveis à conquista de novas aquisições e conhecimentos essenciais ao bem-estar pessoal e social.

Trata-se de uma ferramenta que investe não em dificuldades e sintomas, mas em possibilidades de crescimento e de aperfeiçoamento em que o sujeito potencializa a capacidade de desenvolver globalmente sua personalidade. A Psicomotricidade Relacional tem comprovado sua eficácia em termos de:

  • Comportamento: ajusta positivamente a agressividade, inibição, falta de limites, baixa tolerância à frustração, hiperatividade etc.
  • Aprendizagem: desperta o desejo para aprender; eleva o rendimento escolar; minimiza as dificuldades de expressão motora, verbal ou gráfica; melhora a orientação espaço-temporal, apesar de a criança apresentar um desenvolvimento cognitivo normal, aumenta a capacidade de assimilar novos conteúdos reduz distúrbios de atenção desenvolve o potencial criativo, dentro outros.
  • Socialização: facilita a integração em grupos sociais, potencializa o desejo de participar de atividades grupais, eleva a capacidade para enfrentar situações novas, etc.

O Ministério da Educação (MEC) tenta elevar o padrão educacional de nossas escolas e torná-las um lugar onde o conhecimento circule de forma harmônica e prazerosa. Essa tentativa gera todo um investimento na área de ensino por parte de órgãos oficiais, e chega a causar certo impacto social. No entanto, não observamos um resultado palpável na aprendizagem por parte das nossas crianças. Assim, concluímos que todo esse investimento não chega a atingir ou repercutir efetivamente nas próprias crianças, pois são projetos descentralizados do que é primordial para o processo de aprendizagem do indivíduo: o investimento no desenvolvimento pessoal.

Curitiba é a primeira cidade oficialmente a validar por meio de um Projeto de Lei a prática das atividades de Psicomotricidade Relacional nas escolas municipais. Tal iniciativa justifica-se quando proporciona um espaço na escola para a expressão corporal do aluno e do educador, na manifestação dos impulsos inconscientes que os levam à busca do conhecimento, na afirmação da própria identidade e à superação de conflitos normais do desenvolvimento, o que leva à liberação do desejo

José Leopoldo Vieira

Revista Escada, dezembro de 2012.[pb_builder]